Mudança
Como é que aguentas ser orgulhoso a esse ponto?
Deixar-me pendurada? À chuva e ao frio. Se não tens pena de mim, pelo menos tem em consideração a conversa que íamos ter.
Era sobre o nosso futuro. Sobre o nosso amor. Mas já nem disso queres saber.
Mudaste e nem deixas-te rasto. Não disseste porquê ou por quem. Só sei que por mim não foi. Não mereço que te tenhas tornado numa pessoa fria como o inverno. Não mereço que me tenhas trocado.
Fiz tudo o que havia de bom para fazer por ti. Mas e agora? Viraste-me as costas sem dizer uma única palavra. Sem me dar uma explicação. Eu sei que sempre foste assim, mas não eras tão radical, não quando eu te conheci. Lá está... Estás diferente... Mudaste por alguém que nem conheces.
Preferes viver agarrado a ilusões, vive. Só preciso que saibas que quando te lembrares daquilo que fui para ti, eu já não vou estar aqui.
Vou estar, provavelmente, a tentar seguir em frente. Vou estar a tentar tirar o teu cheiro das minhas mãos, do meu quarto e dos meus lençóis. Vou estar a tentar perdoar-te, mas sei que nunca o vou conseguir fazer. Vou estar a tentar apagar todas as memórias, colá-las à parede, passar por elas e fingir que não existem.
Deixaste-me completamente despida, à mercê de tudo aquilo que poderia vir aí. Nem sequer me protegeste como costumavas fazer. Nem um abraço... Agora sim, fiquei magoada.
Disseste-me que nunca me ias deixar, e olha o que aconteceu. Disseste que ias cumprir todas as promessas que já me tinhas feito. Onde é que estás para as cumprir?
Fugiste completamente de mim. Escapaste-me por entre os dedos das minhas mãos.
Amor como o nosso não existe. Nunca existiu. Era bom demais para ser verdade. Por isso é que acabou.
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