Onde é que estás?
Onde é que estarás a esta hora?
Se ainda estivesses no conforto dos meus braços, eu iria saber. Estavas bem. Tinhas boas condições para continuar. Tinhas motivação e força para não desistir.
Ontem soube que estavas na rua, a brincar com o teu maço de tabaco. És mentiroso. Sempre me disseste que ias deixar de fumar. Estavas sentado no degrau do Instituto. O que é que estavas lá a fazer?
Por mais que eu negue, eu não consigo. Eu preocupo-me, por mais que diga que não. Eu não consigo.
Sabes o que é que tem sido difícil também? Esquecer... Se relembrar é viver, eu não aguento. Ao tentar esquecer e apagar as nossas memórias, estou a lembrar-me delas. Torna-se impossível esquecer quando estás mesmo ali, na esquina do meu pensamento.
Aproveita o dia de hoje. Faz qualquer coisa diferente. Já não és o mesmo. Passavas a vida a fazer coisas novas, que nunca ninguém se tinha lembrado. E agora? Passas o dia a vaguear.
Gostava tanto de te ter ao pé de mim.
Mas a verdade é que eu já não estou aqui. Pelo menos para ti. Eu sei que alguém vai aparecer. Eu sei que esse alguém me vai fazer bem.
Por momentos, acreditei no nosso amor. Na nossa relação. 3 anos... Acreditei mesmo. Mas agora? É impossível. Chegámos a um ponto em que já não consigo acreditar em ti. Já não consigo ser a mesma pessoa. Eu sei que estou diferente. Fria. Magoada. Cheia de mágoas. Mas alguém me vai curar. E tu tens medo disso. Só te apercebeste que eu ia ser curada agora...
Mas tu não. Tu não vais conseguir. A minha cura era a única. Para ti.
Continuo a amar-te e nunca te vou esquecer. Levaste a maior parte de mim. Mas podes ficar com ela. Eu vou ter uma parte de ti, de mim e de outro alguém. Nunca me vou esquecer de ti nem do que passámos. Nunca. Escreve isso.
Onde é que estaríamos agora se tivesse corrido tudo bem? O que é que será que estás a fazer agora? O que é que nós poderíamos estar a fazer agora?
Onde é que estás, amor?
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