Sono?
Não fales com estranhos. Eles caminham ao teu lado nos sonhos mais estranhos. Escondem-se no buraco que tu construÃste. No buraco onde impuseste a tua vida. Quando estás fora? Ele é tão solitário, que rasteja no chão. É o que sentes. O mesmo que ele. Mas não falas em voz alta.
Adormeces sozinho e acordas todos os dias com os teus pensamentos a acompanharem-te, a servirem de cobertor ou simplesmente de mais um par de meias. Assusta-te estar sozinho. Para ti, é um último recurso. Não gostas, e eu não percebo porquê.
Tudo o que queres? Alguém a quem te possas apegar. A tua mãe avisou-te tantas vezes sobre os perigos que os estranhos te podiam trazer, as manipulações, as conversas fiadas e as horas de atenção. Tu caÃste. Os teus sonhos e as tuas memórias estão a ficar cada vez mais vazias, cada vez mais escuras e desconhecidas. Tudo aquilo que segura o mundo desperto, vai-se desabar. E tu também.
Não fales com estranhos nem caminhes para o perigo.
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