O Amor
A escritura? É a cura para mim. É como se nada se passasse à minha volta.
De certa forma agradeço por conseguir transmitir o que desejo. Consigo cativar-te com as minhas palavras. Consigo manter uma conversa contigo através delas.
A escritura é a cura.
E o amor? Já foi... O amor já foi a cura. Mas quando nele tentamos encontrar o que não é real, deixa de curar. Deixa de fazer sentido.
Quando deixas de amar o amor, estás destruÃdo. Quando não consegues amar o que a vida te trouxe de melhor, estás perdido. E na realidade, é como me sinto. Mas não sei porquê.
Não consigo perceber, pois continuo a amar-te, continuo a sentir-te. Mas já não estás aqui. Já não te tenho. E é essa a loucura do amor. As loucuras que o amor nos faz cometer.
Deixar tudo para trás e mudar? Onde é que isto é capaz de caber na cabeça de alguém que nunca amou ninguém?
Amar com tudo o que eu tenho, é o que faço sempre. Desde que acordo, até adormecer.
Hoje dei os parabéns à minha mãe por ela ter acordado. Hoje chamei imaturo ao meu pai, porque ele é adulto.
Só tu, que nunca amaste, é que nunca perdeste.
E na verdade, tudo isto é uma merda. A questão do amor, no que ele nos faz pensar, no que ele nos faz perder e crescer.
Só quem ama é que corre o risco de perder. E os outros? Só correm o risco de continuar completamente perdidos. E nem estes, uma pequena mão consegue salvar. Uns dedos. Uma boca.
O amor é simplesmente a coisa mais cega que existe, mas que nos abre os olhos constantemente.
E viva a pornografia de estar viva. E adorar viver a minha vida. Sem ti.
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